Fazendo da nossa vida
um instrumento de edificação
“ 13 Não
nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não
pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. 14 Eu sei e estou persuadido, no
Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que
assim a considera; para esse é impura. 15 Se, por causa de comida, o teu irmão
se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida,
não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu. 16 Não seja, pois,
vituperado o vosso bem. 17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. 18 Aquele que deste modo serve a
Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens. 19 Assim, pois, seguimos as
coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros.” (Romanos
14:13-19 RA)
1) Introdução
Os
versículos escritos pelo apostolo Paulo no capitulo 14, tratam de nos mostrar
que um dos alvos mais importantes da vida cristã é a consciência de que devemos
viver para o bem dos outros e não apenas para o nosso próprio bem. E neste aspecto, o cristão mais
experiente tem mais responsabilidade em ajudar ao mais novo na fé e ajuda-lo a
crescer.
Assim,
nossa forma de viver deve ser construtiva para outros, levando-os a
experimentar crescimento espiritual.
Nos versos
do capitulo 14, Paulo não esta preocupado em tratar de como deve ser a vida de
um cristão na sociedade, mas ao contrário, ele discute acerca de como deve
ser a nossa vida na comunidade dos irmãos.
Ele esta
preocupado com este assunto, porque muitos cristãos na igreja romana estavam
vivenciando conflitos causados por diferenças de opiniões (14:1), ou porque
alguns consideravam que uma determinada forma de se alimentar era melhor do que
outra (14:6) ou um dia mais especial do que outro.
Paulo
responde a estes
cristãos dizendo que: “o reino de Deus não é uma questão de comida ou de
bebida, mas de viver corretamente em paz e com a alegria que o Espírito Santo
dá.” (Rm 14:17).
Paulo nos
ensina aqui, que a vida de um filho do reino de Deus, é uma vida de alegria no
Espírito. Quando
nossas opiniões nos levam a entrar em conflito com nossos irmãos, podemos
perder a alegria de sermos filhos do reino. Quando nossa visão pessoal, nossos
conceitos próprios, ou nosso eu, nos levam a ter conflitos com outros, podemos perder
a alegria de sermos filhos do reino. É por isso, que muitas pessoas estão
dentro de igrejas sem experimentar a alegria “…que o Espírito Santo dá”. v.17
Assim
amados, a verdadeira essência da vida cristã esta fundamentada em vivermos para
produzir o bem em outros. Assim fazendo, estaremos promovendo a glória do
reino.
Lembremos
do que nos ensina Paulo: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer
coisa, fazei tudo para glória de Deus" (1Co 10.31).
2) É aqui neste ponto de nossa reflexão
que iremos tratar de responder a seguinte pergunta: O que devemos fazer para
que nossa vida seja um instrumento de edificação para os nossos irmãos?
2.1 Fujamos de juízos precipitados: “não
nos julguemos mais uns aos outros…” v.13
Julgamentos
precipitados podem trazer profundos prejuízos espirituais para outras pessoas,
ou podem nos levar a fazer avaliações erradas trazendo prejuízos para nós
mesmos.
Ate mesmo
homens de Deus podem ser influenciados por juízos precipitados.
Quando Samuel
foi a casa de Jessé, ele viu
Eliabe, um dos filhos de Jessé e julgou que Eliabe era a pessoa escolhida por
Deus para governar Israel. (I sm. 16:6). Deus lhe responde: “Não se impressione
com a aparência nem com a altura deste homem. Eu o rejeitei porque não julgo
como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração.”
Samuel
poderia ter tomado uma decisão errada se continuasse a ser conduzido pelo seu
próprio julgamento.
Quando Ló
viu as campinas do Jordão, seu julgamento lhe fez escolher as terras que ele achava que eram
melhores. As terras que julgou como ruins, deixou para Abraão. Seu julgamento
precipitado lhe fez fazer a escolha errada, e mais tarde aquelas terras foram
destruídas com fogo e enxofre, pois ali surgiram pessoas ímpias que construíram
cidades como Sodoma e Gomorra, conhecidas pela imoralidade e pecado.
Quando
Eva viu a arvore do conhecimento do bem e do mal, julgou precipitadamente que
seus frutos eram bons para se comer. Seu juízo lhe fez pecar gravemente contra
Deus e perder muitos dos privilégios que tinha no Edem.
Aprendamos
a pedir discernimento a Deus sobre pessoas e circunstancias para que não
venhamos a pecar contra Deus.
2.2 Tenhamos sempre como meta viver em
amor: “…Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas
segundo o amor fraternal.” V.15
No
contexto deste verso, Paulo esta dizendo que se fazemos alguma coisa que
entristece o nosso irmão então não andamos mais em amor fraternal.
Para
entendermos o que é o amor fraternal precisamos compreender como Deus nos ama:
Deus nos
ama, apesar de nossos inúmeros defeitos e pecados. João 3:16 diz que Ele amor ou
mundo e deu seu filho unigênito. Ele fez isso por causa de seu amor, mesmo
sabendo que nós somos pecadores.
Deus nos
ama, apesar de sermos fracos e inconstantes. Pecamos constantemente contra Deus, mas apesar
disso Ele permanece fiel.
João nos
ensina que “Deus é amor” (I jo. 4:8). Assim, tudo que Deus realiza em nosso favor é por
causa de seu amor. Paulo escreve em Rm. 5:8: “Mas Deus demonstra seu amor por
nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”.
Portanto,
se Deus no ama, apesar de sermos fracos, falhos e muitas vezes inconstantes,
então devemos amar àqueles que julgamos ser mais fracos. Quando fazemos isso, estamos
agindo como Deus age em relação a mim e a você.
2.3 Procuremos sempre o que promove a
paz: “…Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns
para com os outros.” V.19
“Conta-se
que certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao
quadro que melhor representasse a paz. Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente
empatados.
O
primeiro
retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar
acariciadas por uma brisa suave. O segundo mostrava pássaros a voar sob
nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu. O terceiro
mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em
meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.
Mas para
surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das
ondas contra o rochedo. Indignados, os dois pintores que não foram
escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate: – "Como este
quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?" E o juiz, com uma
serenidade muito grande no olhar, disse: – "Vocês repararam que em meio à
violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um
passarinho com seus filhotes dormindo tranqüilamente?"
O juiz
ponderou: – "Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos
momentos mais difíceis nos permite repousar tranqüilos".
Talvez
muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à
tempestade, mas não é tão difícil de entender, pois a presença do evangelho em
nossas vidas faz exatamente isso. Essa presença promove um cenário de paz em
meio a situações de tempestade ou guerras.
O reino
de Deus é um reino de paz. Pessoas que promovem perseguições e conflitos em nome da religião não
estão agindo como genuínos representantes do reino de Deus. Paulo recomenda-nos
em Romanos 14:19: “Por isso procuremos sempre as coisas que trazem a paz e
que nos ajudam a fortalecer uns aos outros na fé”.
Vivemos
num mundo onde há conflitos entre países. Nos países oriente médio temos visto ultimamente muitos
conflitos ocorrerem e milhares de pessoas tem perdido a vida. Há muitos
conflitos nas famílias. Divórcios tem aumentado cada vez mais. Muitos não
conseguem mais viver para superar seus conflitos. Preferem optar pela
separação. Temos visto filhos em conflitos com seus pais. Alguns até
tiram a vida de seus pais. Presenciamos a falta de paz em muitos setores da
sociedade. Alias, a ausência de paz, será uma das características dos
últimos dias. Jesus profetizou que haveriam guerras e rumores, pais contra
filhos e filhos contra pais.
Minha
pergunta para você nesta ocasião é: Neste contexto, será que temos vivido como
promotores da paz? Será que em situações de conflito agimos para estabelecer a
paz ou nos comportamos de outra forma?
Em 1
Coríntios 14:33 o apostolo declara: “…pois Deus não quer que nós vivamos em
desordem e sim em paz. Como em todas as igrejas do povo de Deus…”.
3) Conclusão
Falamos
nesta ocasião, que devemos transformar nossas vidas em um instrumento de
edificação. Para isso precisamos fazer pelo menos três coisas: Fugir de
julgamentos precipitados, viver em amor e sempre procurando promover a paz.
Em
Romanos 15:2, Paulo nos desafia: “Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que
é bom para edificação.” Vivamos para produzir o bem e a edificação dos nossos
irmãos. Afinal, a verdadeira vida cristã tem isto como um de seus grandes
objetivos.
Que nos
abençoe!
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Deus te abençõe sempre !!