EXPONDO O EVANGELHO DE MARCOS – CAPITULO 01
A palavra evangelho significa “boas novas” (1:14-15; 8:35; 10:29; 13:10; 14:9; 16:15). O Antigo Testamento usava a palavra para “boas-novas de vitória” (1 Rs 1:42; Is 40:9; 41:27; 52:7; 61:1); e, no Novo Testamento, ela designa a mensagem de Jesus Cristo, o Filho de Deus que morreu pelos pecados do mundo (1 Co 15:1-8; Gl 1:6-17). Marcos dá-nos as “credenciais” pessoais de Jesus Cristo, o Servo de Deus.
I. Proclamação (1:1-8)
Marcos declara desde o início que Jesus é o Filho de Deus, testemunho que ele dá ao longo do livro (1:11; 3:11; 5:7; 9:7; 12:6; 13:32; 14:61-62; 15:39). Marcos cita Malaquias 3:1, no versículo 2, e Isaías 40:3, no versículo 3, duas passagens que se referem a João Batista, quem preparou o caminho do Senhor. Sempre que uma pessoa notável vai a uma cidade, fazem-se reparos nas estradas a fim de facilitar a jornada delas. Naquela época, o povo de Israel estava em um período de “deserto espiritual”, e João tinha de prepará-los para a chegada do Filho de Deus, o Servo (Lc 1:13-17,67-79). Ele queria tirá-los de sua escravidão espiritual em um “segundo êxodo” que os levaria à salvação.
O ministério de João foi eficaz, e as pessoas responderam com entusiasmo. Contudo, os líderes espirituais não se arrependeram nem creram no Salvador e, no fim, permitiram que João fosse morto (11:27-33). João foi o último profeta do Antigo Testamento e apresentou o Messias à nação (Mt 11:1-19).
II. Reconhecimento (1:9-13)
Jesus não foi batizado porque era um pecador arrependido, já que ele é o Filho de Deus sem pecados. Seu batismo com água é um retrato de seu batismo com sofrimento na cruz (Lc 12:50), quando as “ondas e vagas” do julgamento de Deus vêm sobre ele (SI 42:7; Jn 2:3). Ele “cumpre toda a justiça” por intermédio de sua morte, sepultamento e ressurreição (Mt 3:15).
A voz do Pai e o Espírito, na forma de uma pomba, reconhecem a divindade do Servo. Sua vitória sobre Satanás é uma prova adicional de sua filiação divina. O primeiro Adão fracassou em um adorável jardim (Gn 3; 1 Co 15:45), enquanto o último Adão derrotou o inimigo em um deserto terrível.
III. Poder (1:14-25)
Jesus chegou à Galiléia como pregador e anunciava as boas-novas de que o reino de Deus chegara para os homens na pessoa do Servo do Senhor. Jesus, antes de revelar os fatos sobre sua morte na cruz, ainda podia convidar as pessoas a crer nele para que fossem salvas.
IV. Poder sobre o destino (vv. 16-20)
Alguns meses antes, Pedro, André, Tiago e João conheceram Jesus e creram nele (Jo 1:35-49), mas esse era o chamado deles para o ministério em tempo integral como discípulos. Zebedeu devia ter um negócio lucrativo, já que podia contratar trabalhadores, por isso a partida dos filhos não o empobreceu. Pelo menos, sete dos discípulos do Senhor eram pescadores profissionais Jo 21:1-2). Os pescadores têm coragem, tenacidade e disposição para trabalhar duro e sabem trabalhar em grupo. Essas são boas qualidades para os “pescadores de homens”.
V. Poder sobre demônios (vv. 21-28)
Jesus fez seu “quartel-general” em Cafarnaum (2:1; 9:33) e partiu de lá para vários lugares do país a fim de ministrar. Ele, com freqüência, ensinava nas sinagogas locais e, nesse sábado específico, libertou um homem do poder de um espírito imundo. Mesmo os demônios têm de confessar que Jesus é o Filho de Deus, mas a confissão deles não os salva (Tg 2:19). Muitas vezes, Marcos registra o maravilhamento das pessoas (1:22,27; 2:12; 5:20,42; 6:2,51; 7:37; 10:26; 11:18). Essa obra de poder espalhou a fama de Jesus por outros lugares.
VI. Poder sobre a doença (vv. 2934,40-45)
A casa de Pedro torna-se um lugar de cura para a cidade toda! Como é importante que após a adoração levemos “Jesus para casa conosco”! O Senhor satisfaz o necessitado da casa e, depois, usa essa casa para satisfazer a necessidade dos outros. A multidão só vem no fim do sábado, pois a tradição religiosa proíbe a cura no sábado. Todavia, Jesus já quebrara de propósito essa tradição (1:21 -28) e faria isso de novo (3:1-5; Jo 5; Jo 9). Marcos faz distinção entre os enfermos e os endemoninhados (1:32). Embora o demônio possa causar algumas das aflições físicas (Lc 13:10-17), nem todas as doenças têm origem demoníaca.
Os leprosos eram proibidos de se aproximar das pessoas; tinham de manter-se a distância e gritar: “Imundo! Imundo!”. (Veja Lv 13:44-46.) Contudo, esse homem ouvira falar de Jesus e tinha certeza de que ele o curaria (1 Tm 2:4; 2 Pe 3:9). Tecnicamente, Jesus torna-se “impuro” quando toca o leproso, mas seu toque traz cura imediata para o homem. Para conhecer o ritual de restauração pelo qual o leproso curado tem de passar, leia Levítico 14 e note que o ritual é um retrato da obra expiatória de Cristo. Marcos menciona outras três vezes a compaixão de Jesus (6:34; 8:2; 9:22).
VII. Poder em oração (vv. 35-39)
Independentemente de quanto o Servo trabalhe para ajudar os outros, ele sempre reserva um tempo no início da manhã para estar com seu Pai (Is 50:4). Essa era a fonte de seu poder, pois Jesus serviu na terra da mesma forma que você e eu devemos servir: pela fé e dependendo da força do Espírito. Deus nao abençoa o esforço dos trabaIhadores que são ocupados demais para orar Oo 15:5). Se o Filho do Senhor tinha de passar um tempo em oração enquanto ministrava na terra, imagine quanto mais nós precisamos orar!
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