sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

FRUTO DO ESPIRITO.

“Lembra-te, SENHOR, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo” II Reis 20.3


-Introdução: A palavra original para fidelidade no grego bíblico é pistis (πίστις) 1, que pode ser traduzido por crer e tem o sentido de acreditar fielmente, ou seja, além de ter fé, também ser alguém confiável. A fidelidade é uma característica Divina (Deuteronômio 32.4), que só pode ser recebida como fruto do Espírito Santo na vida cristã (Gálatas 5.22).
O rei Ezequias passou por muitas lutas em seu reinado, mas foi fiel a Deus e a tudo o que devia fazer de forma correta. Por isso, quando adoeceu orou a Deus pedindo que se lembrasse de sua fidelidade em tudo por ter um coração íntegro, ou seja, inteiro (Isaías 38.1-8).

Como ser Fiel a Deus?

Vamos refletir sobre dois tipos de fidelidade e aprender com dois exemplos bíblicos:

1- Fidelidade CONDICIONADA: Atos 4.34-37 e 5.1-11

O que chamamos de ‘fidelidade condicionada’, na verdade não é a verdadeira fidelidade, embora procure parecer ser. Isso acontece quando a pessoa coloca uma condição para ser fiel, como foi o caso de Ananias e Safira.
Características da fidelidade condicionada:

a) Olhar o que os outros fazem:

Atos 4.36,37 “José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre, como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos”.
Os bons exemplos das pessoas devem servir para nos ensinar a ser fiéis, mas a nossa motivação ao fazer algo deve ser diretamente para Deus e não para as pessoas. Ananias e Safira não eram obrigados a entregar o dinheiro inteiro do terreno, mas não podiam mentir contra Deus (Atos 5.4 e 7).

b) Motivação errada:

Atos 5.2 “mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos”.
A verdadeira fidelidade não está no que as pessoas dizem e sim no que a Palavra de Deus diz. Ananias e Safira queriam ser destacados entre as pessoas e não ajudar realmente quem precisava, por isto desagradaram a Deus.

c) Busca de reconhecimento:

Atos 5.8 “Então, Pedro, dirigindo-se a ela, perguntou-lhe: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra? Ela respondeu: Sim, por tanto’.
Quem é fiel não precisa se mostrar ou receber reconhecimento das pessoas. Este foi um erro de Ananias e Safira, condicionando sua fidelidade ao fato de receberem reconhecimento no meio da Igreja.
Tome cuidado com esta aparente fidelidade que é condicionada. Não olhe o que as pessoas fazem ou dizem, pense bem qual é a sua real motivação, se está certa e não espere reconhecimento, pois Deus sabe quem você é.
Não condicione sua fidelidade!



Ester foi um exemplo de fidelidade incondicional. Embora ela tenha hesitado por um tempo, talvez ainda não estivesse entendendo o propósito de Deus para sua vida. Mas assim que foi alertada, logo se posicionou sendo fiel incondicionalmente ao Senhor.

2- Fidelidade INCONDICIONAL:

  Ester 4.13-17

Características da fidelidade incondicional:

a) Saber que Deus está vendo tudo:

Ester 4.13 “...Não imagines que, por estares na casa do rei, só tu escaparás entre todos os judeus”.
Ester foi avisada por seu primo Mordecai, de que Deus estava vendo tudo o que o povo passava na rua e o que ela vivia no palácio. Seja fiel não pelo que os outros estão vendo ou pelo que você mesmo vê, mas pela fé sabendo que Deus vê tudo (Provérbios 15.3).

b) Reconhecer o propósito de Deus:

Ester 4.14 “Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?”.
Ester escolheu ser fiel quando entendeu que Deus tinha um propósito para sua vida. Percebeu que se tornou rainha para ser usada por Deus para defender seu povo. Quando vivemos pela fé no propósito de Deus para nossas vidas, aprendemos a ser fiéis incondicionalmente. Não pense no que fizeram ou disseram de você, foque somente no propósito do Senhor para sua vida.

c) Depender tão somente de Deus:

Ester 4.17 “Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci”.
No momento em que Ester viu sua impotência diante da situação, logo se colocou na dependência do Senhor, buscando um milagre. Por isso ela chamou o povo para orar e jejuar e aceitou plenamente a vontade do Senhor para sua vida, não importando se pereceria, pois confiava no poder de Deus.
A fidelidade de Deus é incondicional, pois se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo (I Timóteo 2.13). Não importa as circunstâncias nem o que as pessoas fazem ou dizem devemos ser fiéis ao Senhor. Quem é fiel incondicionalmente não se preocupa nem mesmo com o resultado do que faz para Deus. Apenas serve ao Senhor como um “servo fiel e prudente” (Mateus 24.45) sabendo que este é o seu dever (Lucas 17.10).
Seja fiel incondicionalmente!

Seja fiel em qualquer situação!

-CONCLUSÃO:

Salmos 119.30 “Escolhi o caminho da fidelidade e decidi-me pelos teus juízos”.
A fidelidade é algo muito pessoal. Uma decisão que precisamos tomar é a de sermos fiéis incondicionalmente. Só você sabe se realmente é fiel. Além disso, a fidelidade se mostra nas pequenas coisas, pois “quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito” (Lucas 16.10). Por isso, a fidelidade envolve todas as áreas de nossas vidas, tanto no relacionamento com o próximo, com Deus e consigo mesmo.

Aprenda a ser fiel!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

FRUTO DO ESPIRITO

-Tema: FRUTO DO ESPÍRITO  

Romanos 12.9-21
-Introdução: Certa vez um homem perguntou a Jesus o que deveria fazer para ser salvo e chamou Jesus de “bom Mestre”, então Jesus perguntou por que o chamava de bom, pois somente Deus é bom (Marcos 10.17-22). Jesus quis dizer que a única referencia de bondade que devemos ter é Deus. Seria um risco para nós pesarmos que somos bons, sendo que na verdade somos pecadores e precisamos reconhecer isso.
A diferença entre a benignidade e a bondade é que a primeira consiste tanto em sentir como desejar o bem, já a segunda significa o ato de realizar o que é bom para o próximo. Infelizmente somos falhos e cometemos muitos erros em nossas vidas, mas através do Espírito Santo podemos frutificar a bondade que vem de Deus para com o nosso próximo.

Como ser uma pessoa boa?

Vamos aprender sobre a bondade como fruto do Espírito Santo na vida crista, refletindo sobre os ensinamentos do texto de Romanos 12.9-21:


1- O mal que não devemos fazer:

A primeira coisa que devemos pensar é como não fazer o mal, pois o mundo está cheio de maldade e devemos fazer como diz a Palavra: “abstende-vos de toda forma de mal” (I Tessalonicenses 5.22). Se desaprendermos a fazer o mal que o mundo ensina, logo começamos a fazer o bem.
Coisas que não devemos fazer porque são más:

a) Hipocrisia:

v.9 “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem”.
Usar máscaras. Fingir. Os fariseus foram chamados por Jesus de hipócritas porque faziam as coisas para se acharem bons e aparecer (Mateus 7.1). Por isso devemos ajudar as pessoas sem olhar quem merece (Mateus 6.3).

b) Lentidão:

v.11 “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor”.
Demorar em fazer o bem. Muitas vezes deixamos o bem para depois. A procrastinação é o mal hábito de atrasar as coisas. O bem é urgente. Precisamos nos apressar em realizar o que é bom e não ficar esperando acontecer.

c) Amaldiçoar:

v.14 “abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis”.
Amaldiçoar é desejar o mal. Fofoca também é uma forma de maldição porque a pessoa está falando mal da outra. Quem fala mal das pessoas está julgando (Tiago 4.11). Julgar e dizer que a pessoa merece o sofrimento que enfrenta.

d) Retribuir o mal:

v.17 “Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens”.
As nossas reações muitas vezes transmitem maldade. Talvez você não faça o mal propositalmente, mas se alguém te fizer mal você reage de forma negativa. Esta é uma estratégia do inimigo contra nossas vidas, pois se reagirmos fazendo o mal, logo nos tornamos maus.

e) Vingar-se:

v.19 “não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor”.
Enquanto o retribuir o mal significa uma reação negativa impensada, já o ato de vingar-se é agir de forma pensada com a intensão de pagar um mal realizado contra alguém. A vingança é o desejo de cumprir justiça com as próprias mãos. Isso entristece a Deus porque somente Deus pode julgar e castigar o mal, então a vingança é falta de confiar na justiça Divina (Hebreus 10.30).

Estes maus hábitos ensinados pelo mundo devem ser tirados de nossas vidas. A hipocrisia, a lentidão para realizar o bem, amaldiçoar as pessoas, retribuir o mal e a vingança, são exemplos de coisas más que não podemos fazer.
Não faça o mal e já estará fazendo bem!


2- O bem que devemos fazer

O bem deve ser praticado com ações porque “aquele que sabe o bem que deve fazer e não o faz, nisto está pecando” (Tiago 4.17). Então precisamos aprender a fazer o bem que não sabemos, buscando cumprir a vontade de Deus que é o melhor para nós.
Alguns exemplos de coisas boas que devemos fazer:

a) Amar:

v.10 “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”.
O amor é o maior bem que se pode fazer porque “o amor não faz o mal” (Romanos 13.10), por isso é o maior mandamento (Marcos 12.30,31). Quem ama não faz o mal, por isso a melhor forma de fazer o bem é amando.

b) Cuidar das pessoas:

v.13 “compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade”.
Deus coloca em nosso caminho pessoas que precisamos cuidar. Alguém necessitado, uma pessoa numa posição inferior em um setor de trabalho, alguém que está passando por uma necessidade, etc. Cada situação em que conhecemos a dificuldade do nosso próximo é uma oportunidade para fazer o bem para esta pessoa.

c) Humildade:

v.15,16 “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos”.
Quando a pessoa se acha melhor do que os outros, não consegue ajudar nem entender a pessoa. Às vezes só o fato de estar junto já é um grande bem. Não escandalizar o nosso irmão também é algo importante (I Coríntios 8.13), pois precisamos ter humildade para deixar de fazer algo que irá aborrecer nosso próximo (Romanos 14.18-21).

d) Promover a paz:

v.18 “se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”.
Como filhos de Deus devemos ser pacificadores, que significa fazer a paz entre as pessoas (Mateus 5.9). Ao invés de ficar no meio de intrigas, precisamos levar a paz de Deus onde formos (Lucas 10.5). Somos mensageiros da paz e por isso devemos levar as boas novas de Deus para todos (Isaías 52.7).

e) Ajudar a todos:

v.20 “Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça”.
O ódio, mágoa e rancor prejudicam primeiramente a própria pessoa (Provérbios 11.17). Temos o dever cristão de fazer o bem para todo ser humano indistintamente. Aproveite cada oportunidade para fazer o bem para as pessoas. Jesus ensinou a mostrar a outra face para quem nos ofende (Lucas 6.29). Isso representa mostrar o outro lado que temos, sendo bons com as pessoas. Jesus deixou uma lei régia de que tudo o que desejamos para nós, devemos fazer para os outros (Mateus 7.12).

O bem deve ser aprendido. Precisamos nos treinar para aprender a fazer o bem. Mas estes ensinamentos básicos do amor que não pode fazer o mal, a humildade para não se achar melhor que os outros, promover a paz por onde formos e ajudar todas as pessoas, inclusive as que se dizem nossas inimigas, são formas didáticas que Deus nos concede para nos ensinar a fazer o bem.
Aprenda a fazer o bem!

Você pode ser bom!

-CONCLUSÃO
Romanos 12.21 “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
O bem é mais forte que o mal, então não podemos deixar que a maldade prevaleça em nossas vidas. Fazer o bem ou o mal consiste em escolhas que dependem de nós. Por isso precisamos deixar de fazer o mal e aprender a fazer o bem (I Pedro 3.11).

Seja bondoso!


Pr. Welfany Nolasco RodriguesPublicado por Pr. Welfany Nolasco Rodrigues
Pastor Metodista e pregador do evangelho. Escritor de esboços e sermões. Formação: Bacharel em Teologia pela UMESP - Universidade Metodsita de São Paulo. Pós Graduação em Filosofia pela ISEIB - Instituto Superior de Educação Ibituruna.
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